quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Contos de Lulf, o Feliz

Às vezes acordava ao lado dela. Quando era feriado ele a levava a algum parque, às vezes viajava. Ele sabia que em sua vida não poderia ser mais feliz do que quando acordava e via aquele rosto puro de anjo, e a cor viva de seus cabelos espalhados pelo travesseiro.

Ele vestia uma camiseta regata branca, jogava o case do violão no banco traseiro do jipe e a observava vir andando, que em sua fértil imaginação, parecia flutuar. Os cachorros vinham pulando atrás dela, e mesmo depois de tanto tempo, ele ainda sentia uma arrepio toda vez que a via.

O husky, Anjo, vinha no banco de trás junto ao violão, e ele pegava a estrada em meio aos vivos campos verdes. Ligava o som, tocava Beirut, e ao seu lado cabelos esvoaçavam, como ondas perfeitas, de uma figura angelical.

Por tanta coisa haviam passado...

Ela sorria para ele, e no momento era tudo o que importava. O cabo da espada brilhava debaixo do banco.

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por Orpheus