domingo, 22 de novembro de 2009

Contos de Lulf, o Feliz

Estávamos nós, pálidos e imóveis sob a luz da lua, deitados em nossa cama de lençóis de nosso quarto sem teto. Havia o som do vento, o som do seu coração e o som do meu coração, e assistíamos as estrelas e o dançar das frias nuvens enquanto sua orelha quente descansava em meu peito. Nossa Terra do Nunca particular.

A lua é um espetáculo que acontece todas as noites. Está lá, noite após noite, porém nunca perde seu deslumbre, nunca deixa de ser fantástica, enigmática. Nós, homens, tendemos a nos acostumar com os fenômenos, porém, a lua é algo que nunca será apenas comumente bela.

A lembrar dos barcos e piratas que infestavam nossa juventude, e a lembrar de quantos sonhos se formaram e quantos outros se quebraram com a triste chegada de nossa maturidade. Poderíamos dizer que em meio ao caos se pode achar abrigo? Eu a achei.

Enquanto observávamos o céu como um lençol negro que se extendia aos limites da visão, os animais nos observavam, as folhas das grandes árvores ruflavam ao vento. Era um som perfeitamente ritmado e assustador. Por isso agradável. O tipo de som que, em conjunto com o forte vento que nos arrepiava, fazia subir um frio na espinha.

Se ouviu um uivo muito próximo.

Ainda mais forte ficou o vento, fazendo redemoinhos a nossa volta, e fazendo todas as folhas caídas subirem, rodopiando, levantando também seus cabelos. Você me abraçou forte e eu a segurei, sem o compromisso de soltar.

-


por Orpheus




-



Não sabia se isso dava pra fazer um conto. Mas, tá aí.