terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Fim (Parte I)

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As plantas mal cortadas roçavam em suas canelas. Sem perceber, ele já corria. Podia ouvir as passadas e os latidos de cães às suas costas, ele já estava perto de casa, e não queria parar. Corria por dentro de um terreno baldio, já era muito tarde e ele podia ver muito pouco naquela escuridão, mas não parava de correr.

Situações assim não lhe eram com uns, sua vida era bastante tediosa, e seu coração parecia estar para pular pela sua garganta. Sua asma já começava a aparecer, e o lugar estava ficando lamacento por causa da chuva que começava. Os latidos continuava a se aproximar, e ele não parava de correr.

Conseguiu sair para a rua, e depois de algumas passadas já conseguia ver a matilha que o perseguia. A rua estava molhada e escura, a chuva ficou mais forte, um relâmpago iluminou a noite e apagou, deixando um som trovejante que rasgou seus pensamentos. Não parou de correr, e dobrou uma esquina à esquerda.

Para sua surpresa, naquela rua havia outro terreno baldio, e um homem sentado no meio fio. O homem parecia impaciente, contando um bolo de notas em suas mãos, algumas caindo no asfalto molhado.

Quando o viu, o homem imediatamente levantou, deixando cair parte do dinheiro e , tremendo, puxou alguma coisa de dentro do blusão. Agora se que o homem ainda era novo, e seu olhos pareciam desfocados.

- Pra quê toda essa pressa?! - perguntou o homem, nervoso, quase gaguejando.

O garoto notou que o homem lhe apontava um revólver, de aparência antiga. Ele nunca havia visto uma arma de fogo de perto antes, e essa não seria a melhor ocasião. Parou, e percebeu que a matilha continuava em seu encalço. O homem pareceu perceber, e isso o deixou ainda mais nervoso.

- O que você tem aí?! - o homem gritou, ficando cada vez mais nervoso.

O garoto estava paralisado.

- N-Nada-

E era verdade. Ele estava voltando da casa de um amigo e não levava nada com ele. Trovejou e relampegou ferozmente, o que deixou o clima ainda mais tenso.

- O QUE VOCÊ TEM AÍ?! - o homem gritou ainda mais nervoso.

A essa altura os cães já dobravam a esquina. Os olhos do assaltante se arregalaram e se ouviu um disparo. Uma dor atravessou seu peito e tudo escureceu.

Ele ouviu um rugido. Novamente uma dor enorme, mas não conseguia se mexer, e todos os seus sentidos apagaram,

O fim.


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